Este soneto retrata bem as ambigüidades da vida,
Yin e
yang,
O bem e o mal,
Deus e o demônio,
Calor e frio...
Assim são os sentimentos humanos...
“Às vezes te amo,
Às vezes não te amo...”
Em palavras de Pablo Neruda.
Karina Aldrighis
Saberás que não te amo e que te amo
Porquanto de dois modos é a vida,
A palavra é uma asa do silencio,
O fogo tem sua metade fria.
Eu te amo para começar a te amar,
Para recomeçar o infinito
E para não deixar de te amar nunca:
Por isso mesmo é que ainda não te amo.
Te amo e não te amo como se tivesse
Em minhas mãos a chave da ventura
E um incerto destino desditado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te
Por isso te amo quando não te amo
E por isso te amo quando te amo.
Soneto
de Cien
sonetos de amor
De Pablo
Neruda
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