domingo, 22 de julho de 2012

"Ás vezes te amo..."



Este soneto retrata bem as ambigüidades da vida,
Yin e yang,
O bem e o mal,
Deus e o demônio,
Calor e frio...
Assim são os sentimentos humanos...
“Às vezes te amo,
Às vezes não te amo...”
Em palavras de Pablo Neruda.

Karina Aldrighis


Saberás que não te amo e que te amo
Porquanto de dois modos é a vida,
A palavra é uma asa do silencio,
O fogo tem sua metade fria.

Eu te amo para começar a te amar,
Para recomeçar o infinito
E para não deixar de te amar nunca:
Por isso mesmo é que ainda não te amo.

Te amo e não te amo como se tivesse
Em minhas mãos a chave da ventura
E um incerto destino desditado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te
Por isso te amo quando não te amo
E por isso te amo quando te amo.

Soneto de Cien sonetos de amor
De Pablo Neruda

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