quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Crepusculario

Prefiro que não, amada.
Para que nada nos amarre
Que nada nos uma.

Nem a palavra que aromou tua boca,
Nem o que não disseram palavras.

Nem a festa de amor que não tivemos,
Nem teus soluços perto da janela.

Amo o amor dos marinheiros
Que beijam e se vão.

Deixam uma promessa.
Não voltam nunca mais.

Em cada porto uma mulher espera:
Os marinheiros beijam e se vão.

Uma noite se deitam com a morte
No leito do mar.

Pablo Neruda

Um comentário:

  1. Um lindo e solitário poema do Neruda.Lindo domingo pra você, beijos.

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