sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Rústica

(Acervo Pinacoteca do Estado SP/Foto: Karina Issamoto)

Rústica

Ser a moça mais linda do povoado,
Pisar, sempre contente, o mesmo trilho,
Ver descer sobre o ninho aconchegado
A benção do Senhor em cada filho.

Um vestido de chita bem lavado,
Cheirando a alfazema e a tomilho...
Com o luar matar a sede ao gado,
Dar às pombas o sol num grão de milho...

Ser pura como a água da cisterna,
Ter confiança numa vida eterna
Quando descer à “terra da verdade”...

Meu Deus, daí-me esta calma, esta pobreza!
Dou por elas meu trono de princesa,
E todos os meus reinos de ansiedade.

Florbela Espanca

6 comentários:

  1. Amo Florbela!!!
    Amo estar aqui!!
    Beijo minha amiga
    Bea

    ResponderExcluir
  2. Oi amiga Bea, também adoro Florbela, compartilhemos esta adoravel poetisa! Beijos

    ResponderExcluir
  3. Ler Florbela Espanca é sempre um prazer, versos de uma tristeza que encanta...
    Obrigado por este cantinho onde podemos vagar pelos sonhos...

    ResponderExcluir
  4. Obrigada pela visita ALberto, sempre que puder, publico Florbela. Abraços

    ResponderExcluir
  5. Lindo e triste esse poema, parabéns pela postagem, beijos.

    ResponderExcluir
  6. Oi amigo Arnoldo, sempre um prazer receber a sua benvinda visita em meu Caderno, abraços!

    ResponderExcluir