Torção
Laura Liuzzi
(Poesia retirada de um encarte gratuito que retirei na Flip/Paraty)
Não tenho língua de gato
Mas insisti que ele notasse
A permanente torção das coisas
Da natureza, não das inanimadas
Que dependem de ação externa
Mas repara, há movimento a todo tempo
E esse estalo que te assustou
É o nosso modo de ver
A torção da madeira, e se
Em algumas horas já é noite, e você
E eu sabemos disso, é porque
Nada para
Em nenhum instante, a não ser quando
A alma fica maior que o corpo
Então o tempo suspende o universo
E a simultaneidade do sistema solar
Num móbile
Para que nossos pés esqueçam
A brutalidade do chão.
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