FLORBELA ESPANCA
AMIGA
Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo amor seja a melhor,
A mais triste de todas as mulheres.
Que só a ti, me venha magoa e dor
O que me importa?! O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!
Beija-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...
Beija-mas bem!...que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos
Os beijos que sonhei pra minha boca!...
A MINHA DOR
à você
a minha Dor é um convento ideal
cheio de claustros, sombras, arcarias,
aonde a pedra em convulsões sombrias
tem linhas dum requinte escultural.
Os sinos têm dobras de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias...
A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve...ninguém vê...ninguém...
Olá poetisa!
ResponderExcluirSeu blog é muito bonito...! E também sou fã de Florbela Espacanca e Fernando Pessoa...!
Parabéns pelo blog
Beijos
Ana
Obrigada Querida! Venha sempre!
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